Companheiro de união estável tem direito à herança?
Essa é uma das dúvidas mais comuns quando se fala em sucessão patrimonial: quem vive em união estável tem os mesmos direitos de um cônjuge casado no papel? A resposta é: depende do regime de bens, do tempo de convivência e da existência de outros herdeiros.
Neste artigo, você vai entender:
- O que caracteriza uma união estável
- Qual o direito do companheiro à herança
- O que muda quando há testamento ou filhos
- Como evitar conflitos com herdeiros legais
- Por que o planejamento sucessório é essencial nesses casos
1. O que é considerado união estável no Brasil?
A união estável é reconhecida como uma entidade familiar pela Constituição Federal. Segundo o Código Civil, trata-se de uma convivência pública, contínua e duradoura com o objetivo de constituição de família — mesmo sem casamento formal.
Características principais:
- Não exige tempo mínimo de convivência
- Pode ser registrada em cartório (mas não é obrigatório)
- Tem efeitos jurídicos semelhantes ao casamento, principalmente no regime de bens
Mas atenção: nem toda relação é automaticamente reconhecida como união estável.
Quando não há contrato registrado, pode ser necessário comprovar a convivência por meio de testemunhas, fotos, contas conjuntas, etc.
2. O companheiro tem direito à herança?
Sim, o companheiro ou companheira tem direito à herança — mas não da mesma forma que um cônjuge casado, e o cenário pode variar muito dependendo da configuração familiar.
O que diz a legislação:
Atualmente, o companheiro sobrevivente é considerado herdeiro necessário, mas não tem os mesmos direitos de um cônjuge no casamento, especialmente se o falecido deixou filhos ou outros herdeiros diretos.
O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão de 2017, determinou que a união estável e o casamento devem ter os mesmos efeitos sucessórios. No entanto, a aplicação prática ainda gera polêmicas e varia de caso para caso.
3. Como é feita a divisão da herança na união estável?
Se havia comunhão parcial de bens:
- O companheiro tem direito à metade dos bens adquiridos durante a união (meação).
- A outra metade entra no inventário e será dividida entre os herdeiros (filhos, pais, etc.).
- O companheiro também entra como herdeiro dessa parte, caso não haja filhos.
Se havia separação total de bens:
- O companheiro só terá direito à herança se for mencionado em testamento.
- Não há direito automático à meação ou à parte da herança.
Quando há filhos:
- Os filhos concorrem com o companheiro na divisão da herança.
- A jurisprudência costuma equiparar os direitos dos filhos (havidos ou não da relação) com os do companheiro.
Quando não há filhos:
- O companheiro pode herdar 100% dos bens, especialmente se não houver ascendentes (pais, avós).
4. Qual a diferença entre herança e meação?
É comum confundir os dois conceitos.
Meação:
- Refere-se à metade dos bens comuns do casal.
- O companheiro tem direito a ela independentemente de herança.
- Exemplo: se um imóvel foi comprado durante a união, metade já pertence ao sobrevivente.
Herança:
- É a parte dos bens que o falecido deixa aos seus herdeiros legais ou testamentários.
- O companheiro pode ser herdeiro, dependendo do regime de bens e da configuração familiar.
5. E se houver testamento?
O testamento pode mudar o cenário — mas com limitações.
- O companheiro pode ser contemplado com até 50% do patrimônio, caso existam herdeiros necessários (filhos, pais).
- Se não houver herdeiros necessários, o testador pode deixar 100% dos bens para o companheiro.
- Um testamento bem feito evita disputas e garante o cumprimento da vontade do falecido.
Importante: Testamento deve ser feito com auxílio jurídico e registrado em cartório para ter validade legal.
6. O que acontece quando não há contrato nem testamento?
Esse é o cenário mais problemático. Quando não há contrato de união estável nem testamento, o companheiro pode enfrentar:
- Dificuldade para provar a união
- Disputas com filhos, irmãos ou pais do falecido
- Exclusão do processo de inventário
- Perda de direitos patrimoniais
A falta de formalização leva muitos companheiros a enfrentarem anos de batalhas judiciais. Isso pode ser evitado com medidas simples de planejamento.
7. Como garantir os direitos do companheiro?
O ideal é formalizar a união estável em cartório e estabelecer um contrato com definição do regime de bens. Isso garante segurança jurídica para o casal.
Outras medidas importantes:
- Fazer testamento reconhecendo o companheiro como herdeiro
- Comprar bens em conjunto, com os dois nomes na escritura
- Registrar a união no INSS (útil para pensão por morte)
- Atualizar documentos e cadastros bancários e patrimoniais
A antecipação dessas medidas evita inseguranças futuras e reduz drasticamente o risco de disputas.
8. Por que o planejamento sucessório é essencial em uniões estáveis?
Porque ele traz clareza, reduz conflitos e garante que a vontade do casal seja respeitada. Como a união estável ainda gera muitas interpretações jurídicas, o melhor caminho é prevenir judicializações.
O que o planejamento sucessório pode incluir:
- Testamento
- Doação em vida com cláusulas
- Holding familiar
- Contratos de convivência
- Consultoria tributária e patrimonial
Holding familiar: blindagem e continuidade patrimonial
A holding familiar é uma empresa criada com o objetivo de administrar o patrimônio de uma ou mais pessoas físicas — especialmente imóveis. Em vez de os bens estarem diretamente no nome dos proprietários, passam a estar no nome da empresa.
Essa estrutura é uma das ferramentas mais eficazes para organizar a sucessão, reduzir impostos, proteger o patrimônio e evitar disputas familiares.
Vantagens da holding patrimonial:
- Facilidade na sucessão: as cotas da empresa podem ser doadas aos herdeiros em vida, com cláusulas de proteção e sem necessidade de inventário.
- Proteção contra terceiros: bens registrados em holding não podem ser facilmente atingidos por dívidas pessoais de sócios.
- Redução de custos tributários: é possível pagar menos ITCMD, e em alguns casos, economizar com IR sobre aluguel.
- Controle da gestão: o fundador pode manter o controle das decisões mesmo após a doação das cotas.
- Planejamento estruturado: permite organizar todos os imóveis em um único CNPJ, facilitando a administração e gestão da renda.
Exemplo prático:
Um casal com três filhos e quatro imóveis cria uma holding familiar. Eles transferem os imóveis para a empresa e, em seguida, doam as cotas para os filhos com cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e usufruto vitalício. Resultado: os filhos se tornam sócios da empresa, mas os pais continuam administrando os bens, evitando conflitos e preparando uma sucessão tranquila.
A holding é uma solução moderna, segura e amplamente utilizada por famílias que desejam crescer, preservar e perpetuar seu patrimônio.
9. Como a NSK3 Prime pode ajudar
A NSK3 Prime oferece suporte jurídico e patrimonial para casais em união estável que desejam garantir seus direitos e organizar seus bens de forma eficiente e segura.
Nossos serviços:
- Regularização de união estável em cartório
- Elaboração de testamentos
- Planejamento sucessório personalizado
- Consultoria para regime de bens
- Apoio completo em inventários e partilhas
Com a NSK3 Prime, você toma decisões em vida que refletem proteção, equilíbrio e respeito à sua história.
Conclusão
Sim, companheiros em união estável têm direito à herança — mas esse direito pode ser limitado, contestado ou até ignorado quando não há planejamento.
Não deixe seu patrimônio e o futuro de quem você ama nas mãos da incerteza jurídica.
Fale com a NSK3 Prime e garanta que seus direitos e os do seu companheiro sejam respeitados hoje e sempre.